João Neutzling Jr.
50 anos de Made in Japan, do Deep Purple
João Neutzling Jr.
Economista, bacharel em Direito, mestre em Educação, auditor estadual, professor e pesquisador
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Quem sabe faz ao vivo!
O grupo de rock Deep Purple surgiu em Londres em 1968 e já havia gravado vários discos em estúdio, mas ainda não tinha feito uma gravação ao vivo de show. Já eram sucesso absoluto no mundo do rock os álbuns Shades of Deep Purple (1968), com iluminada "One more rainy day", In rock (1970), com as pérolas "Child in time" e "Speed king", até o magistral Machine head (1972), com as insuperáveis "Smoke on the water" e "Highway star". Entre outros.
Veio então a ideia de gravar um show ao vivo na turnê do Japão com a formação mais clássica: Ian Gillan no vocal, Ritchie Blackmore na guitarra, Roger Glover no baixo, Jon Lord nos teclados e Ian Paice na bateria. Os shows ocorreram no Festival Hall, em Osaka, e na legendária arena Tokio Budokan em agosto de 1972 com lotação esgotada.
O disco começa com "Highway star" incendiando a plateia com Blackmore e seus ritmados solos de guitarra, enquanto Gillan canta sua viagem a toda velocidade no carro dos sonhos. Em "Child in time", símbolo máximo do rock progressivo, Jon Lord inicia a música nos teclados de forma gradual e harmoniosa até Ian Gillan usar toda sua garganta cantando o refrão.
Mas o ponto máximo veio depois. Quando Blackmore iniciou o riff de "Smoke on the water" na noite de 15 de agosto de 1972, em Osaka, até os guerreiros samurais ressuscitaram nos cemitérios e Ian Gillan cantava o refrão, acompanhado por um coral de milhares de vozes da plateia:
When it all was over
We had to find another place
But Swiss time was running out
It seemed that we would lose the race
Smoke on the water, fire in the sky
Smoke on the water
Em "The mule", o baterista/demolidor Ian Paice executou um histórico solo de bateria que gerou um tsunami, arrasando tudo de Yokohama até Kyoto. Quando terminou a música, a japonesada atônita, de boca aberta, pensava: "como ele pode fazer isso? Ele não é humano! Ele é de outro planeta!". Aliás, Ian Paice está entre os maiores bateristas da história do rock ao lado de John Bonhan do Led Zeppelin, Keith Moon do The Who e Roger Taylor do Queen, entre outros.
As músicas do disco são de autoria de todos os membros, o que mostra o caráter harmonioso da banda. O disco duplo Made in Japan foi lançado nos Estados Unidos em 1973 (há 50 anos) e tornou-se sucesso absoluto de vendas. Ganhou disco de ouro na Inglaterra, França e Itália; disco de platina nos Estados Unidos, Áustria e Alemanha. Ficou classificado entre os dez melhores na Billboard de 1973 nos Estados Unidos. A revista Rolling Stone, em 2012, apontou Made in Japan como um dos dez melhores discos ao vivo da história do rock, ao lado do Woodstock Festival de 1969.
O riff (trecho inicial executado na guitarra) de "Smoke on the water" entrou para a história do rock como marca registrada da banda e um dos mais lembrados por todos, ao lado de "Sweet child o' mine", do Guns N' Roses.
Em atividade até hoje, o Deep Purple teve várias formações, sendo uma delas com o renomado David Coverdale, que se notabilizou no álbum Made in Europe (1975) na interpretação de "You fool no one". Eles se consagraram pelo uso contínuo do órgão harmonizando o clássico com o rock sem perder a referência de ser uma das maiores bandas de hard rock/heavy metal, sempre tocando música de qualidade.
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